terça-feira, 1 de abril de 2008

Um minuto de silêncio - Parte 1


- Um minuto de silêncio, diz ele, levando a mão ao peito.

A primeira vez que ouvi isso achei que se tratasse de uma homenagem a alguém. Uma celebridade, aquele ídolo do esporte, um morto ilustre, talvez.

Não descobri logo do que se tratava, mas vira e mexe, ele vinha:

- Um minuto de silêncio!

No rosto, um sorriso quase sério, daqueles que diz que o assunto merece respeito. As pessoas ao redor se calavam. Algumas fechavam os olhos como que imaginando algo, outras apenas concordavam com a cabeça e saíam pensativas.

O que seria aquilo?

Até que um dia, sem querer, ouvi uma conversa no cafezinho:

- Ela merece até dois minutos de silêncio.

- Não gosto nem de pensar naquela coxinha!

- Preciso resistir, preciso resistir!

Papo estranho! Nunca imaginei. Eu queria saber quem era a dona daquela coxinha. Bem cotada daquele jeito? De quem poderia ser?

Até que, um dia, alguém me esclareceu:

- A coxinha gostosa é a do Geraldo. E barata!

Hum? Aí ficou estranho. Um bando de engravatados sonhando com a coxinha do Geraldo? E ainda chamaram a pobre de barata! Sacanagem.

Só depois de muito tempo fui provar a coxinha dele. Sim, provei, confesso. Até eu!

Foi no quiosque mesmo. Uma experiência inesquecível...


Aquele frango picadinho, temperado com cebola refogada, bem quentinha, crocante, com molho de pimenta...

Gostosa mesmo! E barata!

Um minuto de silêncio à coxinha do Geraldo!